‘SEUS NETOS VÃO TE PERGUNTAR PELAS BALEIAS QUE CRUZAVAM OS OCEANOS’
Japão deixa comissão que protege baleias e anuncia volta da caça comercial
26 de dezembro de 2018O Japão anunciou nesta quarta-feira (26) sua retirada da Comissão Internacional da Baleia (IWC, na sigla em inglês) no próximo ano e a retomada da caça comercial nas águas territoriais e na zona econômica exclusiva do país a partir de julho. A decisão foi lida pelo porta-voz do governo, Yoshihide Suga, que também anunciou o fim da prática polêmica na Antártida.
“A partir de julho de 2019, depois que a saída entrar em vigor em 30 de julho, o Japão realizará a caça comercial de baleias dentro do mar territorial do Japão e de sua zona econômica exclusiva, e cessará o abate de baleais no Oceano Antártico/Hemisfério Sul”, disse o secretário-chefe de gabinete, Yoshihide Suga, em um comunicado ao anunciar a decisão.
O Japão era membro da IWC desde 21 de abril de 1951. A organização foi criada há sete décadas para garantir a preservação desses cetáceos e impedir sua caça indiscriminada nos oceanos. Em 1986, impôs a proibição da caça comercial, depois que algumas espécies foram praticamente levadas à extinção pela pesca predatória.
Desde 1987, o Japão permite que se matem baleias apenas com fins científicos, mas essa é uma questão controversa. Críticos e organizações de proteção dos animais afirmam que o programa é usado para encobertar a caça comercial, já que a carne é vendida no mercado.
Os japoneses alegam que comer carne de baleia faz parte da cultura do país.
Em setembro desse ano, o Japão tentou derrubar a proibição à caça comercial durante a reunião da organização em Santa Catarina,mas foi derrotado em votação.
Em 2014 o Tribunal Penal Internacional determinou que o Japão deveria suspender a caça na Antártida – o que Tóquio fez durante uma temporada, reduzindo o número de animais e espécies visados, mas reiniciou na temporada 2015-2016.
O porta-voz do governo japonês disse que, após a sua retirada da organização, o país atuará como observador dentro da IWC e assegurou que o governo de Tóquio continua comprometido com a gestão dos recursos marinhos de acordo com dados científicos.
Texto: Portal G1 em 26/12/2018
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