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AÉCIO: “ANASTASIA É UMA PRIORIDADE DIANTE DA SITUAÇÃO DRAMÁTICA EM QUE MINAS SE ENCONTRA”.

18 de agosto de 2018


Foto: Marcus Desimoni/PSDB-MG Divulgação

Às vésperas das eleições que acontecerão em outubro, o senador Aécio Neves concedeu uma entrevista EXCLUSIVA ao TRIBUNA LUZIENSE, onde falou da decisão de se candidatar à Câmara Federal, seu apoio aos tucanos Anastasia e Geraldo Alckmin, o papel da Lava Jato e “a existência de uma organização que atuava dentro dos governos do PT”. À seguir a íntegra da entrevista:

 

1 – Como está a situação do senhor hoje no PSDB?

O PSDB tem uma proposta muito clara para Minas e responde pelos governos melhor avaliados pela população, nos últimos vinte anos, porque foram transformadores. Foram gestões que serviram de modelo para todo país em razão dos resultados que tivemos. Minas viveu anos seguidos de crescimento, de investimentos e de geração de milhares de empregos. Na educação, Minas ofereceu o melhor ensino fundamental do país, classificação feita pelo MEC. Na saúde, o melhor atendimento em saúde de toda região Sudeste. Tivemos avanços em todas as áreas, avanços que, infelizmente, se perderam com a incapacidade do atual governo. Tive a satisfação de encerrar meu segundo mandato como governador, pelo PSDB, com mais de 90% de aprovação. Meu papel hoje no partido permanece o mesmo: trabalhar pelas mudanças que, acredito e que defendo, para Minas e para o Brasil. O PSDB é um partido formado por bons nomes e por gestores de grande qualidade. Nosso compromisso sempre foi com o Estado, com a população, e não com os interesses do partido ou de seus dirigentes.

2-Por que a decisão de se candidatar a deputado federal e não tentar a reeleição para o Senado?

A principal razão é a mesma que sempre me moveu na política durante meus 32 anos de mandatos: o trabalho na vida pública. A decisão de abrir mão da candidatura ao Senado foi um gesto claro para que uma aliança mais ampla pudesse ser formada em torno do nome do ex-governador Anastasia. E, como vemos agora, foi a escolha acertada. A eleição do senador Anastasia é uma prioridade diante da situação dramática em que Minas se encontra. Não foi uma decisão fácil, refleti profundamente. Além das pesquisas eleitorais que indicavam que eu teria boas chances de reeleição ao Senado, recebi muitas manifestações de prefeitos e lideranças. A decisão foi tomada e temos agora que trabalhar para eleger uma bancada forte na Câmara Federal, Casa que já presidi e liderei no governo Fernando Henrique, e à qual quero retornar movido pelo mesmo entusiasmo e ânimo que sempre me motivaram na vida pública.

3 – O senhor pretende subir no palanque de Anastasia, pré-candidato ao governo de Minas? E como viu a indicação de Marcos Montes para vice?

Acredito que este ano teremos uma campanha de mais encontros e conversas olho no olho e menos discursos em palanques. Esse é meu sentimento e acho que também é a vontade do eleitor. Quero estar em todas as cidades que eu puder, conversando, ouvindo as pessoas. O senador Anastasia e o deputado Marcos Montes integraram e tiveram protagonismo nas ações que realizamos durante os oito anos em que estive na condução do Estado. São nomes amplamente conhecidos dos mineiros. Anastasia é querido e respeitado em todo Estado. Marcos Montes é uma liderança de reconhecido trabalho, não apenas no Triângulo, mas também em outras regiões. Juntos formam uma chapa de grande força.

4 – A candidatura de Geraldo Alckmin para presidente tem seu apoio?

Todos no PSDB pediremos voto para Geraldo Alckmin e para Anastasia, e acho que os brasileiros compreenderão a importância deles neste momento tão extremado da política, em que vemos tanto radicalismo. Os dois poderão receber os votos, já no primeiro turno, daqueles que não querem novamente um governo comandado pelo PT, que tantos males trouxe ao país e a Minas, mas também não desejam uma proposta de extrema-direita, que não atende aos interesses da própria democracia. Geraldo e Anastasia são experientes e têm coragem para fazer as reformas necessárias. Estou certo de que terão grandes votações em Minas Gerais.

5 – O que muda na política depois da Lava Jato e tantas outras operações?

Acredito que a mudança mais importante ocorrida no país no combate a desvios e à corrupção na esfera pública é consequência de avanços na sociedade, muito mais do que resultado de operações ou investigações policiais. A Lava Jato comprovou o que as oposições denunciaram repetidas vezes, muitas delas em pronunciamentos públicos no Congresso Nacional: a existência de uma organização que atuava dentro dos governos do PT, envolvendo nomes e dirigentes do partido, ministros e diretores das estatais. A Lava Jato, sem dúvida, representa um divisor na esfera do Poder Judiciário. Já as mudanças no campo político, na minha opinião, são resultados de avanços da sociedade e, portanto, do processo histórico da nossa democracia, ainda muito jovem.

6 – O senhor acha que fatos que envolveram seu nome negativamente podem pesar na sua corrida à Câmara Federal?

Agradeço a oportunidade de falar sobre as acusações que hoje respondo à Justiça e muitos acompanham isso. Governei Minas por oito anos e tenho quase 25 anos de mandatos no Parlamento. Jamais, em todo este tempo, houve qualquer ato meu que pudesse ser entendido como ilícito. Concorri em 2014 à presidência da República, disputando uma eleição marcada pela mentira e pelos ataques. Nem mesmo naquela campanha os adversários nada puderam apontar contra minha vida pessoal ou pública. Eis que surgem as acusações hoje feitas contra mim. Acusações graves e sórdidas feitas por criminosos confessos de mais de 200 crimes. Para conseguirem o benefício da delação premiada forjaram um crime. Um empréstimo pessoal, sem um centavo sequer de dinheiro público e sem nenhuma contrapartida minha, como senador, foi transformado numa ação covarde e criminosa. Tenho fé, e estou lutando para isso, de que provarei à Justiça a armadilha da qual fui vítima. Tenho a consciência em paz e sei que aqueles que me conhecem sabem da correção dos meus atos.

7- Visita a Santa Luzia. 

Ainda estamos organizando uma agenda de campanha. Terei enorme prazer de retornar à Santa Luzia para fazer o que eu disse: conversar com as pessoas. Irei onde puder para renovar meu compromisso com meus eleitores. Eles me conhecem e estou certo de que se lembram do que fizemos em Minas. Quero continuar representando os mineiros no Parlamento. Retornar à Câmara dos Deputados para novamente trabalhar pela recuperação do nosso Estado, que se encontra paralisado e em grave situação financeira.

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