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EM ENTREVISTA EXCLUSIVA, AÉCIO NEVES EXALTA O EX-PREFEITO DE SANTA LUZIA,CALIXTO
O presidente do PSDB falou também sobre impeachment, inflação, desemprego, campanha de João Leite em Belo Horizonte e sua relação com o governo Temer
28 de setembro de 20161) Senador Aécio, como o sr. vê o processo de impeachment da presidente Dilma? É uma vitória do povo brasileiro?
Não vejo o impeachment da ex-presidente Dilma como uma vitória. O impeachment foi aprovado pelo Congresso brasileiro porque houve grave violação por parte do governo Dilma das leis que regem o uso do dinheiro público. Essas leis valem para todos os governantes e, neste ponto, vejo sim um ganho importante para o povo brasileiro: a certeza de que vivemos hoje no Brasil uma democracia sólida, com instituições públicas capazes de defender o maior de todos os Poderes, que é o da Constituição. Temos leis claras que punem atos de irresponsabilidade na administração do dinheiro público. Essas leis foram violadas quando o governo Dilma praticou as chamadas pedaladas fiscais. Essas manobras com as contas federais fizeram parte da mesma política fiscal e econômica que levou o país para crise que vivemos hoje. Os erros cometidos pelo governo Dilma resultaram em descontrole da economia, em perda de investimentos, em queda da indústria, em inflação alta e em desemprego. O Brasil está hoje entre os países do mundo com maior número desempregados. É preciso antes reconstruir nosso país para que, aí sim, os brasileiros possam comemorar o fim de um ciclo perverso criado pelos governos do PT.
2) Com a efetivação do presidente Temer, qual será a relação do seu partido, o PSDB, com o governo?
O PSDB apresentou ao presidente Michel Temer as propostas que defendemos para o Brasil. E não as defendemos desde ontem. São projetos e reformas que cobramos nos últimos dez anos e que, se tivessem ocorrido, teriam criado as condições para uma realidade diferente da atual. Por que? Porque são reformas que já eram importantes para o país dez anos atrás, mas foram desprezadas, esquecidas pelos governos Lula e Dilma. O governo Temer tem o nosso apoio para executar essa agenda, necessária ao Brasil, e temos o compromisso do presidente de que ela será cumprida.
3) Qual é sua expectativa frente à crise econômica: juros altos, desemprego, falta de crescimento ?
Vivemos a mais severa crise dos últimos trinta anos. Isso significa que toda uma geração de jovens brasileiros tem, nesse momento, as portas fechadas para o futuro. É um efeito dominó, onde um fator vai derrubando os seguintes. São 12 milhões de desempregados, 60 milhões de pessoas endividadas, juros na estratosfera. Ou seja, depois de 13 anos em que os governos Lula e Dilma abusaram da propaganda para dizer que defendiam os mais pobres vemos que, na verdade, os mais pobres são os que hoje pagam a conta mais alta pelos erros cometidos por esses governos. Todo o nosso esforço agora deve ter o objetivo de recolocar o Brasil no caminho do crescimento, fazer as reformas necessárias para isso ocorrer, e, ao mesmo tempo, proteger quem mais necessita. A verdadeira inclusão social ainda precisa ser feita e ela depende de tirarmos o país do abismo em que o PT nos empurrou.
4) Em sua opinião, a crise financeira dos Estados se deve principalmente à quê? É um desdobramento da crise brasileira?
É consequência de um conjunto de causas e depende da realidade de cada Estado. Mas duas delas com maior alcance: a paralisia da atividade econômica no país e o desequilíbrio do que chamamos de pacto federativo. Em 2003, quando assumi o governo de Minas, já alertava para a necessidade de redefinir o papel dos estados, municípios e da União na vida da população. De um lado, temos a maior parte da arrecadação concentrada nas mãos do governo federal e, do outro lado, a maior parte dos serviços à população, como saúde, escolas e segurança, sob responsabilidade direta dos estados e prefeituras. Portanto, há um claro desequilíbrio, agora agravado porque a economia parou. Isso exige dos governadores e prefeitos ter maior capacidade para enfrentar os problemas e absoluto controle sobre o uso do dinheiro público.
5) Em BH o candidato do PSDB à prefeitura deve ir para o 2º. Turno das eleições. O senhor participará da campanha de João Leite nessa reta final?
João Leite é um líder com enorme vocação para cuidar das pessoas. Seus eleitores já conhecem bem o seu trabalho e todos os belo-horizontinos têm agora a oportunidade de eleger um prefeito honrado, ético, com profundas raízes na cidade e que conhece de perto os problemas e a realidade da nossa capital. O 1º turno das eleições é sempre um importante momento para o candidato se apresentar e mostrar suas propostas, para que os eleitores identifiquem aquele que melhor o representa. João Leite tem feito uma campanha limpa, transparente e séria, sem agredir adversários e sem mentir aos eleitores. O PSDB e os partidos aliados estão juntos com ele desde o início e estaremos juntos dando o nosso apoio até o último minuto para vencer essas eleições. Sua administração certamente terá uma base sólida, capaz de atuar junto com o prefeito na solução dos problemas que BH vive na saúde, na segurança e no transporte público.
6) Finalizando, o saudoso Calixto, ex-prefeito de Santa Luzia era defensor de suas ideias e do seu projeto para o Brasil. Em 2018 o senhor será candidato à presidência da República?
Perdemos uma importante liderança da Região Metropolitana de BH e de Minas. Calixto foi um grande parceiro em muitas conquistas no Estado e tenho certeza de que ele estaria hoje, ao nosso lado, torcendo para que este país reencontre logo o rumo certo. Em 2014, fiz uma campanha sem mentiras, falando aos eleitores sobre os riscos que corríamos com a inflação alta, com a perda da credibilidade do país, com a corrupção que destruía a Petrobras e nossas empresas. Vemos agora nas investigações da Operação Lava Jato que a organização criminosa que atuava dentro do governo tinha uma extensão ainda maior e esperamos que todos os culpados sejam punidos. O importante agora é o Brasil se dar uma nova chance. Como presidente do PSDB tenho hoje o compromisso de trabalhar no Congresso pela aprovação das reformas que o país precisa. O que o futuro me reservar em 2018 cumprirei, posso garantir, com o mesmo propósito que trago nesses 30 anos de vida pública: a construção de um país melhor, com dignidade para todos.
7) Que mensagem o sr. deixa para o povo mineiro diante da situação atual do Brasil.
O PSDB, ao contrário do PT, nunca abriu mão daquilo que considera fundamental para o país: políticas públicas que garantam estabilidade na economia e a geração de empregos, e o respeito aos direitos estabelecidos a cada brasileiro pela nossa Constituição. Durante os últimos cinco anos, subi à tribuna do Senado para alertar sobre os riscos que o país corria sob o comando do PT. A cada novo erro, e foram muitos, a oposição reagiu. Fomos chamados de pessimistas. Na campanha de 2014 enfrentei uma adversária, a ex-presidente Dilma, que para vencer as eleições mentiu e escondeu de todos a realidade. Hoje, como presidente do PSDB minha mensagem é de otimismo. Nunca faltamos ao Brasil e não faltaremos agora. Os brasileiros resolveram tomar o seu futuro nas próprias mãos e essa é a maior e a verdadeira mudança que temos vivido. Temos o dever de nos manter conectados com população.
Fotos:Marcus Desimoni/PSDB-MG Divulgação
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