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EM ENTREVISTA EXCLUSIVA, FAGNER FALA DOS GRANDES SUCESSOS E DA INFLUÊNCIA DE LUIZ GONZAGA EM SUA MÚSICA

Cantor, que fez show memorável em Belo Horizonte, relembra parceiros e amigos da música

3 de novembro de 2015

 

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De volta à Belo Horizonte, Fagner fez no último dia 24 de outubro no Chevrolet Hall um show que deixou seus fãs em estado de êxtase.
A apresentação foi um passeio pelos mais de 40 anos de carreira do artista, num repertório que inclui os sucessos “Mucuripe”, “Canteiros”, “Noturno” e “Borbulhas de Amor”, dentre outras.
O público pôde cantar junto os grandes sucessos de Fagner num ambiente eclético, de  jovens e adolescentes até senhores e senhoras. Embalado por canções do seu cultuado álbum de estreia, “Manera fru fru manera – O último pau-de-arara”, até o recente “Pássaros Urbanos”, lançado em junho deste ano.

Em entrevista exclusiva para o Tribuna Luziense, o cantor fala do momento atual da MPB e da influência da música de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião:

Você está comemorando 40 anos de carreira. Qual retrospecto que você faz dessa trajetória?

São 43 anos de carreira muito intensa, de muitos discos gravados, muitas participações com outros artistas de todas as gerações e estilos diferentes e uma presença constante do público em meus shows ao longo desses anos. Desse público tenho tido uma resposta muito positiva o que me motiva cada vez mais seguir em frente

Você é do casting dos autênticos representantes da MPB com músicas de letras refinadas. Como você vê o momento atual da MPB como, por exemplo, o funk e o sertanejo?

Acho que tem lugar para todos, até porque o Brasil é um país de enorme diversidade que possibilita o surgimento de artistas de músicas de todos os gêneros. Tenho muito orgulho de minha geração. Surgi ao lado de Belchior, Raul Seixas, Sergio Sampaio, Walter Franco, João Bosco, Ednardo, Alceu Valença, Zé Ramalho, Elba, Amelinha e tantos outros que até hoje fazem parte de uma música que o Brasil não esquece. Além do mais, estou tendo o privilégio de conectar com novas gerações. Foi o caso de um projeto inusitado que fiz com Zeca Baleiro. Continuamos parceiros. É também o caso de Chico Cesar. Então, isso demonstra que a música brasileira também continua buscando qualidade. Os modismos sempre existiram. O problema é que hoje, mais do que nunca, se prioriza esses modismos em detrimento da boa música que também vem sendo feita.

A conexão com outros artistas talvez pudesse entrar no Guinnes como o artista que mais gravou com outros artistas até porque essa diversidade brasileira facilita essas participações.

Dentre seus inúmeros sucessos, existe algum que, por um motivo ou outro, você gosta mais?

Mucuripe, minha parceria com Belchior, foi a música que me abriu as portas como compositor fazendo com que Elis Regina e Roberto Carlos, dois dos grandes intérpretes daquela época, pudessem me revelar para o país. Não posso esquecer de citar Nara Leão. Ela participou do meu primeiro disco (Manera fru fru manera) cantando duas músicas (Penas do Tiê e Pé de sonhos) e foi a primeira pessoa que me colocou no palco, num show muito informal do Teatro da Praia, em 1973. Não poderia ter um começo mais abençoado ao ser lançado por Elis como compositor e Nara Leão como cantor.

Num determinado momento de sua carreira você ficou muito próximo de Luis Gonzaga, o Rei do Baião. Essa aproximação acabou influenciando a sua música? Como?

Tive o orgulho e o privilégio de gravar dois discos com Luiz Gonzaga e conviver com Mestre Lua em sua intimidade e, com isso, reaprender a cultura nordestinal. Mesmo tendo nascido lá, já estava um pouco urbanizado e esse trabalho com Gonzagão me fez voltar a repensar o Nordeste. E foram dois discos marcantes da minha carreira (Luiz Gonzaga e Fagner, em 1984, e Gonzagão e Fagner 2, em 1988).

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