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EM SANTA LUZIA, VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NÃO ESTÃO SÓS

Serviço de orientação e apoio às vítimas é prestado pela Polícia Militar com parceria de diversos orgãos

7 de agosto de 2020

Criada pelo 35º Batalhão da Polícia Militar de Santa Luzia em 2017 para a proteção à mulher, vítima de violência doméstica, a Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica funciona nas dependências da 56ª Área Integrada de Segurança Pública (AISP) no bairro Palmital.

Primando por um atendimento personalizado, o serviço é oferecido a partir de um registro de ocorrência de violência doméstica e é de inserção voluntária. A equipe da Patrulha procura a vítima, oferece orientação e faz todo o encaminhamento, sendo um trabalho em rede que envolve também a Polícia Civil e outros órgãos como Prefeitura, Justiça, Defensoria Pública e programas como o Fica Vivo.

Sob o comando da sargento Ariane, que assumiu em janeiro último, a equipe conta também com a cabo Janaina e com o soldado Bernardo, e atende de 20 a 25 casos por mês. “Atendemos a cidade como um todo e observamos que muitas vezes a vítima não sabe dos serviços disponíveis para ajudá-la”.

Sargento Ariane assumiu a patrulha em janeiro último
Foto:João Bosco Nascimento

Segundo ela, num primeiro momento, o trabalho não se trata apenas de orientar a vítima, mas também o agressor, que muitas vezes sofre de um distúrbio e não sabe. “Uma vez que ela aceitou voluntariamente a inserção e cessado o círculo de violência, o nosso acompanhamento é feito com vítima e autor”, esclarece a sargento.

Para ela, o fato da equipe ter duas mulheres, facilita o trabalho pois há casos em que as vítimas não se sentem confortáveis em fazer o relato a policiais do sexo masculino, uma vez que a violência não se resume à doméstica, mas a moral, psicológica e sexual.

Lei Maria da Penha

Foi através do sofrimento de Maria d Penha, casada com Marco Antônio Viveros e que sofreu violência doméstica por 23 anos, duas tentativa de assassinato, uma por eletrocussão e afogamento e outra por disparo com arma de fogo, o que a tornou paraplégica, que muitas mulheres se reconheceram vítimas desta violência. Maria da Penha se separou e se tornou ativista quando o assunto é violência doméstica.

No aniversário da Lei Maria da Penha, que há exatos 14 anos virou lei federal (Lei 11.340 criada em 07 de agosto de 2006), a equipe de Prevenção à Violência Doméstica manda um recado para as mulheres de Santa Luzia, que de alguma forma se sentem violentadas: “não se calem e procurem ajuda, vocês não estão sós”.

Em Santa Luzia, chama a atenção o fato de que em todos os casos acompanhados pela equipe desde 2017, não houve reincidência em nenhum deles. Em um outro estudo onde foi considerado o antes e o depois do período de pandemia, houve queda de cerca de 5% nos registros de ocorrências na cidade.

A equipe da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica de Santa Luzia

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