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MATERNIDADES DA REDE PÚBLICA REGISTRAM AUMENTO NAS TAXAS DE PARTO NORMAL EM MINAS
Recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é um taxa máxima de 15% de cesarianas. Hospitais públicos do estado têm índices que variam de 27% a 40%
23 de setembro de 2015Parto normal é o melhor para a mãe e para o bebê. A cesariana sem indicação médica triplica o risco de mortalidade materna e aumenta a chance de o bebê nascer prematuro (Cena do filme ‘O Renascimento do Parto’ / Divulgação)
A taxa de partos normais vêm aumentando nos hospitais da rede pública de Minas Gerais. Dados do Sistema de Informações Hospitalares-SIH/SUS, do Ministério da Saúde, divulgados nesta terça-feira (22/09) mostram, por exemplo, que o Hospital Odete Valadares tem a taxa de 72% de partos normais. O levantamento contabiliza os nascimentos de janeiro a julho deste ano. No primeiro semestre de 2015 foram contabilizados 92.324 partos na rede pública. Desse total, 52.033 foram partos normais, o equivalente a 56,4%. Os outros 40.291 foram cesarianas (43,7%).
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Os números que mostram o crescimento do índice de partos normais em relação ao mesmo período de 2014 podem até sinalizar uma mudança na cultura de cesariana que vigora no Brasil, mas ainda está longe de alcançar a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 15%. Como comparação, a média brasileira é de 52% de cesariana sendo 84,6% na rede privada e 44% na rede pública. Veja os números em Minas:
Apesar de o número de cesáreas no estado ainda ser muito alto, a assessora do Complexo de Especialidades da Diretoria Assistencial da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Maria Cecília de Souza Rajão, ressalta que houve diminuição das taxas desse procedimento cirúrgico de janeiro a julho deste ano nas maternidades Odete Valadares, Júlia Kubitscheke e Hospital Regional João Penido, da Rede Fhemig.
Apenas no Hospital Regional Antônio Dias foi registrado um aumento de 3% nas taxas de cesariana de janeiro a julho de 2014 em comparação ao mesmo período de 2015.
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Gestação de alto risco
A Maternidade Odete Valadares (MOV) – onde são realizados por mês uma média de 300 a 350 partos – é referência no atendimento a gestações de alto risco. Diretor geral da MOV, Francisco Viana comemora a taxa de apenas 28,64% de cesarianas da maternidade. “Conseguimos reduzir o percentual de cesárea mesmo assumindo gestações de alto risco, o que muitas vezes acaba evoluindo para a cirurgia”, salienta.
Referência nacional
O Hospital Sofia Feldman (HSF) é a maior maternidade do país em números de partos. São realizados uma média de 1.000 por mês na unidade de saúde. Deste total, 73,7% são partos normais. A unidade atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e é referência para o programa do Governo Federal, “Método Canguru” em assistência ao parto e nascimento no país.
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De acordo com a médica obstetra Thaís Meyin Lin Santos Dutra, os bons números de partos normais no Sofia Feldman se devem à inserção do enfermeiro obstetra na cena do parto. “A intervenção médica acontece somente quando necessária, quando alguma coisa foge do percurso natural do parto”, diz.
Boas práticas
A OMS defende o uso de práticas que favorecem o parto normal e incluem métodos não farmacológicos para alívio da dor, orientações de posições de conforto no trabalho de parto, presença do acompanhante de livre escolha da mulher (que é garantido por lei no Brasil), musicoterapia, uso do chuveiro, massagens, bola de bobath , trupper (banquinho que auxilia no alívio da dor), banheira e banquinho de parto.
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Fonte: Site UAI – Saúde Plena em 22/09/2015
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